Santa Catarina chegou ao terceiro dia com registro de bloqueios nas rodovias em protesto pela derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Nesta terça-feira (1º), as manifestações já resultaram no comprometimento de distribuição de vacinas, falta de combustível em alguns postos e suspensão de viagens de ônibus em diversas cidades. Os protestos ocorrem desde a noite de domingo (30) e até esta terça são cerca de 80 trechos interrompidos em rodovias federais e estaduais. Além dos prejuízos econômicos, muitas pessoas estão há mais de 24 horas paradas nas filas pelas estradas do Estado. Ana Paula Bergamo Yokoyama, de 18 anos, relata que idosos e recém-nascidos também estão no ônibus em que ela está. "A situação está deplorável", afirmou. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), na tarde de segunda-feira (31), um terço dos postos sem combustíveis de Joinville, a cidade mais populosa do Estado, estava sem combustível. A cidade do Norte catarinense tem 103 postos, mas 30 estavam sem combustíveis às 17 horas. Os registros de longas filas nos estabelecimentos de toda a cidade e de outros municípios de Santa Catarina começaram durante a manhã. Em Florianópolis, por exemplo, longas filas foram registradas durante todo o dia nos postos. Além disso, uma ação da Secretaria de Defesa do Cidadão (Procon Municipal) identificou alta injustificada de preços de combustíveis em cinco locais. A Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade detalhou que, até às 22h de segunda-feira (31), havia aproximadamente 40 ônibus, com mais de 800 pessoas a bordo, em diversos pontos do estado aguardando a liberação das rodovias. "As operadoras têm prestado o melhor apoio possível aos passageiros, com hospedagem em hotéis e alimentação", informou a pasta. Um grupo de sete passageiros, presos em uma rodovia federal entre Paraná e Santa Catarina, decidiu deixar o veículo e percorrer cerca de 13 km a pé até a cidade mais próxima, Garuva, no Norte catarinense.
Fonte: G1